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Fatos Importantes

  • Geneticistas descobriram genes de Yersinia pestis em amostras de DNA humano antigo.
  • Uma epidemia assolou a Eurásia cinco mil anos atrás, antecedendo a peste Justiniana em 3.500 anos.
  • A descoberta desafia a crença de que doenças zoonóticas surgiram principalmente com a invenção da agricultura, há 12.000 anos.
  • Grandes surtos ocorreram na Europa aproximadamente 5.000 anos atrás.

Resumo Rápido

Historiadores e geneticistas estão reavaliando a cronologia das doenças infecciosas humanas após uma descoberta significativa. A análise de amostras de DNA humano antigo revelou a presença de genes pertencentes à bactéria Yersinia pestis, indicando que uma epidemia massiva ocorreu na Eurásia cinco mil anos atrás.

Essa cronologia coloca o surto quase 3.500 anos antes da chamada 'primeira peste', conhecida como a peste Justiniana. Os achados sugerem que a transição de doenças de animais para humanos ocorreu muito mais tarde do que se pensava anteriormente, contradizendo a visão estabelecida de que essa mudança aconteceu imediatamente após a invenção da agricultura.

Evidência Genética de uma Epidemia Pré-Histórica

Pesquisadores que estudam a história das doenças encontraram um problema que muda o paradigma. Por meio do exame de DNA humano antigo, geneticistas identificaram marcadores específicos associados à bactéria da peste Yersinia pestis. Essa evidência confirma que uma epidemia virulenta estava se espalhando pela Eurásia aproximadamente 5.000 anos atrás.

A descoberta antecede a peste Justiniana — que recebe o nome do imperador romano reinante na época — por uma margem significativa de 3.500 anos. Esse surto antigo é atualmente objeto de intenso estudo, sendo frequentemente referido pela designação técnica de peste do Neolítico Tardio-Bronze (LNBA).

Desafiando Teorias Estabelecidas

Durante décadas, o consenso científico predominante sustentava que as doenças zoonóticas — doenças que saltam de animais para humanos — surgiram em grande parte como resultado da revolução agrícola, aproximadamente 12.000 anos atrás. As novas descobertas genéticas, no entanto, sugerem que essa mudança evolutiva crítica ocorreu muito mais tarde na história humana.

Os dados indicam que grandes surtos não eram uma característica das primeiras sociedades agrícolas, mas sim apareceram milhares de anos depois. Essa descoberta serve como um golpe maior na crença de longa data sobre quando e por que a humanidade adquiriu as doenças infecciosas que nos afetam hoje.

Uma Galeria de Horrores Pré-Históricos

À medida que os cientistas se aprofundam no registro genético do passado, eles estão descobrindo o que tem sido descrito como uma 'galeria de horrores pré-históricos'. Essas descobertas estão forçando uma reavaliação de um período pré-histórico crucial.

O surgimento desses patógenos levanta questões críticas sobre a dinâmica da transmissão de doenças na antiguidade. Os patógenos agiam de forma semelhante ao que fazem hoje? Além disso, há especulação sobre o papel que a peste pode ter desempenhado na formação da Idade do Bronze e na construção das bases da civilização europeia.

Implicações para a História Humana

A identificação da peste LNBA faz mais do que apenas ajustar uma data em uma linha do tempo; ela altera fundamentalmente nossa compreensão da evolução humana e do desenvolvimento social. Ao adiar a cronologia dos principais eventos zoonóticos, os pesquisadores são forçados a olhar para a transição para a Idade do Bronze através de uma nova lente.

Se a peste foi realmente uma força motriz durante essa era, isso sugere que fatores biológicos desempenharam um papel muito maior no colapso das antigas ordens e na ascensão de novas civilizações do que se atribuía anteriormente. A peste Justiniana não é mais o ponto de partida para a história da peste na região; as raízes são muito mais profundas e complexas.