Fatos Principais
- Veículos M113, fabricados nos EUA e aposentados, foram carregados com toneladas de explosivos.
- Os veículos foram detonados em áreas armadilhadas pelo Hamas.
- Alguns especialistas afirmam que a tática foi possivelmente um crime de guerra.
Resumo Rápido
Durante a recente ofensiva em Gaza City, o exército israelense adotou uma tática controversa envolvendo veículos blindados aposentados. Especificamente, M113 fabricados nos EUA foram utilizados como dispositivos explosivos improvisados de grande porte. Esses veículos foram carregados com toneladas de explosivos e conduzidos ou detonados dentro de áreas suspeitas de estarem armadilhadas pelo Hamas.
Essa estratégia foi projetada para limpar caminhos e destruir posições fortificadas sem arriscar unidades de infantaria. No entanto, o uso de cargas explosivas tão pesadas em ambientes urbanos atraiu críticas imediatas. Especialistas militares e analistas jurídicos estão debatendo a legalidade dessas ações, com alguns afirmando que o emprego de IEDs transportados por veículos por atores estatais em áreas populosas pode violar o direito internacional humanitário. O cerne da controvérsia reside no potencial de efeitos indiscriminados e destruição excessiva em relação à vantagem militar antecipada.
Emprego Tático dos M113
A operação envolveu o uso de veículos blindados de transporte de pessoal (APC) M113 aposentados. Originalmente projetados para transporte e proteção de tropas, esses veículos foram reutilizados para um objetivo único e destrutivo. O M113 é um componente padrão do equipamento militar, mas sua modificação em uma bomba massiva representa uma mudança significativa no uso tático.
Relatórios indicam que os veículos foram carregados com toneladas de explosivos. Essa quantidade de munição é substancial, destinada a garantir a destruição de posições fortemente fortificadas ou áreas armadilhadas com explosivos pelo Hamas. Ao utilizar a blindagem do M113, a carga explosiva poderia ser entregue mais próxima do alvo, oferecendo alguma proteção contra tiros de armas leves ou destroços durante a aproximação.
O contexto específico do emprego foi em áreas armadilhadas pelo Hamas. Essas armadilhas representam uma ameaça severa para as forças terrestres avançantes. O uso de um veículo não tripulado e carregado de explosivos para acionar ou destruir essas armadilhas minimiza o risco para os soldados israelenses, priorizando a proteção da força sobre outras considerações.
Implicações Legais e Éticas
A tática levantou questões legais significativas sobre as leis do conflito armado. O uso de dispositivos explosivos improvisados transportados por veículos (VBIEDs) por militares estatais é uma prática rara e polêmica. A principal preocupação legal é o princípio de distinção, que exige que os combatentes distingam entre objetivos militares e civis.
Explosivos dessa magnitude podem causar danos generalizados. Alguns especialistas sugeriram que o emprego desses APCs explosivos poderia ser classificado como um crime de guerra. Essa avaliação baseia-se no potencial das explosões de causar danos indiscriminados a civis e infraestrutura civil nas proximidades do alvo.
O debate centra-se em se a vantagem militar obtida pela destruição de uma área armadilhada justifica o dano colateral inevitável causado por uma carga explosiva de várias toneladas. A origem fabricada nos EUA dos veículos adiciona outra camada à análise geopolítica do conflito, embora a análise legal foque estritamente no método de emprego.
Contexto Operacional
A ofensiva em Gaza City tem sido caracterizada por combate urbano intenso. Grupos militantes que operam na região utilizaram extensivamente o terreno urbano, incluindo o uso de IEDs e armadilhas para retardar as forças avançantes. Esse ambiente exige táticas que possam neutralizar essas ameaças de forma eficaz.
A decisão de reutilizar ativos aposentados reflete uma abordagem engenhosa, embora controversa, para os desafios do campo de batalha. A frota de M113, que serviu em várias capacidades por décadas, forneceu um suprimento pronto de chassis que poderiam ser convertidos para esse propósito. O uso desses veículos transforma efetivamente um ativo defensivo em uma arma ofensiva de destruição massiva.
Embora a tática possa oferecer vantagens táticas em termos de proteção da força e rompimento de obstáculos, ela continua sendo um ponto focal do discurso em curso sobre a conduta da guerra. As evidências visuais e forenses de tais explosões contribuem para a avaliação mais ampla da proporcionalidade e necessidade da força utilizada no conflito.



