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Fatos Principais

  • Mulheres possuem menos de 15% da terra agrícola mundialmente.
  • Mulheres representam quase metade da força de trabalho agrícola.
  • Em países em desenvolvimento afetados pela desertificação, mulheres produzem até 80% dos alimentos.
  • A UNCCD realizou sua primeira caucus de gênero oficial em dezembro no Panamá.

Resumo Rápido

Mulheres estão se mobilizando para garantir a posse legal das terras que cultivam, uma medida essencial para sua autonomia e segurança alimentar. Apesar de representar quase metade da força de trabalho agrícola e produzir até 80% dos alimentos em países em desenvolvimento, mulheres possuem menos de 15% da terra agrícola globalmente. Essa disparidade foi o foco de um evento histórico no Panamá este dezembro, onde a UNCCD incluiu uma caucus de gênero em sua pauta oficial pela primeira vez. A assembleia visa abordar a falta de representação feminina na tomada de decisões ambientais e agrícolas. Ao garantir títulos de terra, mulheres podem acessar treinamentos, ajuda financeira e tomar decisões cruciais de gestão, revertendo anos de exclusão.

A Lacuna da Posse da Terra 🌍

Existe uma disparidade significativa na agricultura global sobre quem é o dono da terra versus quem a trabalha. De acordo com dados, mulheres possuem menos de 15% da terra agrícola mundial. Isso apesar do fato de que as mulheres constituem quase metade da força de trabalho agrícola. O desequilíbrio é particularmente acentuado em regiões em desenvolvimento afetadas por desafios ambientais.

Em países sofrendo de desertificação, degradação do solo e seca, mulheres são a espinha dorsal da produção de alimentos. Elas são responsáveis por produzir até 80% dos alimentos consumidos nessas áreas vulneráveis. No entanto, sem a posse legal, sua capacidade de tomar decisões de longo prazo sobre a saúde do solo e o manejo de culturas é severamente restringida.

A falta de posse cria um ciclo de dependência. Sem uma escritura, mulheres não podem:

  • Acessar programas de ajuda governamental
  • Receber treinamento agrícola formal
  • Tomar decisões vinculantes sobre o manejo da terra
  • Conseguir empréstimos usando a terra como garantia

Uma Assembleia Histórica no Panamá 🇵🇦

Em uma jogada marcante para a igualdade de gênero, a UNCCD (Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação) realizou uma caucus de gênero dedicada este dezembro. A reunião aconteceu em Panamá e marcou a primeira vez que tal assembleia foi incluída na pauta oficial da revisão anual do comitê.

A inclusão desta caucus sinaliza uma mudança na abordagem global para o manejo ambiental. Por muito tempo, as vozes das mulheres estiveram ausentes das discussões de alto nível que ditam a política agrícola e ambiental. O encontro no Panamá forneceu uma plataforma para destacar esses desafios específicos.

Participantes argumentaram que garantir direitos à terra não é apenas uma questão social, mas uma ambiental. Quando mulheres têm controle sobre a terra, elas são mais propensas a investir em práticas sustentáveis que combatem a desertificação e a degradação do solo. O documento — um título de propriedade — é descrito como a chave que destrava seu potencial para gerenciar recursos efetivamente.

O Poder de uma Assinatura 📝

O cerne do movimento é a demanda por um documento simples, mas poderoso: um título de terra. O texto descreve isso como um pedaço de papel, uma assinatura e um selo que certifica a posse. Essa certificação é a porta de entrada para a autonomia.

Com a posse legal, mulheres podem transitar de trabalhadoras para tomadoras de decisão. Elas podem escolher como manejar seu solo para melhor resistir às pressões das mudanças climáticas. Além disso, a posse permite que elas acessem o treinamento e o suporte financeiro necessários para melhorar seus rendimentos e meios de vida.

Ao assumir posições para reverter a atual inércia, mulheres na conferência estão pressionando por uma mudança sistêmica. Elas exigem que a comunidade internacional reconheça sua contribuição para a segurança alimentar concedendo-lhes os direitos sobre a terra que nutrem.

Conclusão

Os eventos no Panamá representam um passo crucial à frente na luta pela igualdade de gênero dentro do setor agrícola. Ao abordar formalmente a questão através da UNCCD, a comunidade internacional está reconhecendo que direitos à terra são direitos humanos. Os dados são claros: mulheres alimentam o mundo, mas possuem muito pouco dele. Conceder-lhes a posse não é apenas uma questão de justiça, mas uma estratégia necessária para combater a desertificação e garantir a segurança alimentar global. À medida que o movimento cresce, o foco permanece em transformar a promessa de uma assinatura na realidade da posse.