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Fatos Principais

  • O filme é dirigido por Mona Fastvold e co-escrito por Brady Corbet.
  • Conta com cinematografia em 70mm de William Rexer.
  • A narrativa é contada através da perspectiva de Mary Partington, interpretada por Thomasin McKenzie.
  • O filme retrata a vida de Ann Lee, a profetiza da United Society of Believers in Christ's Second Appearing (Shakers).

Resumo Rápido

O Testamento de Ann Lee é um biopic musical histórico que narra a vida da profetiza shaker do século XVIII Ann Lee. Dirigido por Mona Fastvold e co-escrito por Brady Corbet, o filme abrange várias décadas da vida de Lee, traçando suas viagens de Manchester até Nova York.

A narrativa é estruturada através da perspectiva de Mary Partington, interpretada por Thomasin McKenzie, que serve como narradora do filme. O longa-metragem utiliza um rico detalhe histórico e cinematografia em 70mm de William Rexer para retratar o êxtase espiritual e os movimentos ritualísticos da United Society of Believers in Christ's Second Appearing.

O ponto central do filme é a interpretação de Amanda Seyfried

Visuais e Direção

O filme chega com todo o rico detalhe histórico esperado do gênero, tornado ainda mais atraente pela cinematografia em 70mm de William Rexer. Começa com uma vista descontextualizada de mulheres em bonés e vestes religiosas movendo-se ritmicamente nas florestas no final do século XVIII. Essa imagem, removida do tempo, é tudo o que é conhecido pela maioria das pessoas sobre a United Society of Believers in Christ's Second Appearing, também conhecida como os "Shakers".

Dirigido pelo co-escritor de The Brutalist, Mona Fastvold, o filme se apresenta como um artigo de fé. Apesar de Fastvold ter sido criada em uma laica, os cineastas apresentam a história como se fosse um texto religioso. A câmera compra a estatura teológica de Ann Lee, e o quadro fica arrebatado pelos movimentos ritualísticos dos Shakers, capturando adoradores em close-ups alternados e panoramas enquanto eles batem no peito com as palmas abertas.

A instrumentação pelo compositor Daniel Blumberg permanece largamente fiel ao que se poderia ter ouvido na época. As canções e movimentos, retirados da música real dos Shakers, são acousticamente viciantes, contribuindo para o compromisso do filme com a atuação naturalista.

Atuação e Personagem

Amanda Seyfried interpreta a líder religiosa homônima com um tremendo passion, entregando uma atuação de carreira. Ela vende o zelo inabalável de Ann com um vigor tremendo, retratando uma mulher que emerge das dores da angústia tão convencida de si mesma que acredita com cada fibra de seu ser que sua concepção do mundo é a correta.

O filme explora a infância e os primeiros anos adultos de Ann, destacando sua relação complicada com seu corpo e crenças. Isso inclui sua repulsão pelo sexo e os flashes súbitos de imagens bíblicas viscerais do filme, como breves inserções de pinturas renascentistas retratando o Éden com cobras fálicas. Após se casar com o congregante Abraham, as experimentações de Ann com o sexo e BDSM a deixam espiritualmente insatisfeita.

Com o passar dos anos, ela tem quatro filhos diferentes, todos morrendo antes de completar um ano. Essa dor persistente informa a maneira como ela eventualmente remodela a igreja Shaker. O filme enquadra o luto de Ann não apenas como uma chave para sua rejeição ao impulso carnal, mas como a base de sua divindade autoproclamada. Suas visões, ela afirma, vêm a ela em momentos de mania, como quando está presa por suas crenças e provavelmente doente e desidratada.

Narrativa e Temas

A narrativa é impulsionada por Mary Partington, uma personagem de apoio chave interpretada por Thomasin McKenzie. Ela atua como a narradora do filme, fornecendo contas conflitantes da vida de Ann, mas decidindo最终mente quais partes de sua história valem a pena contar e acreditar. O filme é sobre a reinterpretação da doutrina que é em si reinterpretada para o público por uma mulher investida em fazer Ann (afetuosamente chamada de "Mãe" por seus adoradores) parecer a Segunda Vinda.

A história traça a jornada dos Shakers de seus primeiros dias em Manchester até o Novo Mundo. Em seus primeiros dias, Ann Lee e seu irmão solidário William juntam-se aos Shakers, comparecendo a reuniões a portas fechadas envolvendo confissões na forma de canção e exorcismo do pecado através de contorções e batidas rítmicas. Este foi um tempo de grande agitação religiosa; o Metodismo acabara de nascer, e a Igreja da Inglaterra estava entrelaçada com o poder estatal e penas cruéis.

Eventualmente, a fé leva os Shakers através do Atlântico. Eles permanecem largamente apolíticos, mas convidam as consequências de fazê-lo durante a Guerra Revolucionária. Convinções de Ann crescem mais fortes, Abraham oscila, testando o compromisso de cada um com a causa de uma utopia abstrata. No entanto, o filme não sente a necessidade de empregar uma lente cética em sua cronologia, resultando em uma narrativa onde Ann raramente é tentada a se desviar de seu caminho, oferecendo pouco em termos de tensão dramática.

Elenco e Atmosfera

O elenco do filme é maravilhosamente afinado. Tim Blake Nelson e Jamie Bogy interpretam frequentadores da igreja mais velhos que, em uma decisão que quase parece contracultural apesar das restrições conservadoras dos Shakers, cedem à palavra de uma jovem. Essa fé eventualmente leva os Shakers ao Novo Mundo, onde permanecem largamente apolíticos.

Estar imerso no mundo Shaker por duas horas e algo quase beira a libertação, especialmente durante as cenas de oração percussiva. O filme retrata os Shakers como uma seita cristã particularmente duradoura, cujo número recentemente subiu para 3. Embora não haja nada especialmente cruel sobre os Shakers, eles excomungam membros que quebram suas regras sobre fornicação.

Ultimamente, o filme é uma experiência particularmente cativante que mitologiza uma figura histórica frequentemente esquecida. Suas crenças incomuns sobre celibato são apresentadas como tendo fins altruístas. Embora o enquadramento do filme através dos olhos de Mary resulte em uma narrativa na qual Ann raramente é tentada a se desviar de seu caminho, o compromisso com a atuação naturalista e a apresentação intoxicante da fé fazem dele uma entrada marcante no gênero de biopic musical.

"Seyfried vende o zelo inabalável de Ann com um vigor tremendo, entregando uma atuação de carreira."

— Trecho da Crítica

"É um filme de êxtase espiritual que vive na borda do realismo – para melhor e para pior – enquanto mitologiza uma figura histórica frequentemente esquecida."

— Trecho da Crítica