Fatos Principais
- Jim Beam suspenderá a produção na destilaria de Clermont, Kentucky, por um ano a partir de 2026.
- As exportações de destilados dos EUA caíram 9% no segundo trimestre de 2025, com mercados principais como Canadá, UE, Reino Unido e Japão apresentando desempenho ruim.
- As vendas domésticas de uísque cresceram 132% de 2003 a 2023, mas caíram 1,1% em 2024 devido a preços altos.
- Pesquisa Gallup mostra que 53% dos americanos consideram a bebida moderada prejudicial à saúde, com taxas de consumo de álcool em 54% em 2025.
- O Canadá interrompeu as importações de álcool dos EUA em março de 2025 em meio a tensões comerciais, levando a uma queda de 62% nas vendas de uísque da Brown-Forman.
Resumo Rápido
Jim Beam suspenderá a produção de bourbon em sua destilaria de Clermont, Kentucky por um ano, a partir de 2026.
Essa pausa reflete avaliações contínuas de produção para alinhar com a demanda do consumidor, conforme declarado pela Suntory Global Spirits.
A decisão destaca dificuldades mais amplas na indústria de destilados, incluindo quedas acentuadas nas exportações e no consumo doméstico.
Mercados principais como Canadá e a UE registraram quedas significativas, agravadas por questões comerciais, enquanto as tendências nos EUA mostram redução no consumo devido à conscientização sobre saúde.
Decisão de Produção da Jim Beam
Jim Beam, fundada há quase 230 anos, confirmou a interrupção temporária em sua destilaria principal de Clermont, Kentucky.
A pausa durará um ano, com foco em alinhar a produção com os volumes projetados para 2026.
Um porta-voz da Suntory Global Spirits observou que os níveis de produção são avaliados regularmente para atender às necessidades dos consumidores.
A empresa mantém as operações em sua destilaria de Boston, Kentucky e está em diálogo com representantes sindicais sobre a mudança.
Clermont produz vários produtos populares, incluindo o bourbon Knob Creek e o Old Overholt Rye Whiskey.
Queda nas Exportações em Mercados Principais
Tensões Comerciais e Desempenho de Mercado
A indústria de destilados enfrenta desafios substanciais nas exportações, com a UE, Canadá, Reino Unido e Japão representando 70% das exportações de destilados em 2024.
No segundo trimestre de 2025, as exportações gerais caíram 9%, contribuindo para perdas de dois dígitos em categorias como uísque americano, conhaque, vodca e licores.
O Canadá registrou uma queda severa após interromper as importações de álcool dos EUA em março, em meio a tensões comerciais com a administração Trump.
As exportações para o Reino Unido e Japão caíram mais de 23%, enquanto os envios para a UE diminuíram 12%.
Impacto nos Produtores de Uísque
O mercado internacional é particularmente importante para os produtores de uísque americano que lidam com vendas domésticas estagnadas e altos estoques.
Chris Swonge, CEO do Distilled Spirits Council, expressou preocupação com os consumidores nesses mercados optando por destilados locais ou importações não americanas.
- As vendas líquidas no Canadá para o portfólio de uísque americano da Brown-Forman caíram 62% nos seis meses até outubro de 2025.
- As disputas comerciais aceleraram a mudança para longe das marcas dos EUA.
- A dependência de exportações destaca a vulnerabilidade para produtores como a Jim Beam.
Mudanças nas Tendências de Consumo Doméstico
As vendas de uísque nos EUA atingiram 31 milhões de caixas de nove litros até 2023, um aumento de 132% em relação aos níveis de 2003, de acordo com o Distilled Spirits Council of the United States.
No entanto, as vendas caíram 1,1% em 2024 devido a preços elevados e pressões econômicas sobre os consumidores.
Os desafios se intensificaram em 2025, com a demanda por a maioria dos produtos alcoólicos em tendência de queda, exceto para bebidas prontas para beber.
O crescente interesse em sobriedade desempenha um papel, ao lado do aumento do cannabis recreativo e medicamentos para perda de peso que podem reduzir o apelo do álcool.
Uma pesquisa Gallup de agosto de 2025 revelou que 53% dos americanos consideram a bebida moderada — um ou dois drinques diários — prejudicial à saúde.
As taxas de consumo auto-relatadas declinaram de forma constante: 62% em 2023, 58% em 2024 e 54% em 2025.
Implicações Mais Amplas para a Indústria
A suspensão em Clermont exemplifica as pressões sobre marcas históricas de destilados americanos como Jim Beam e Jack Daniel's.
A Brown-Forman relatou declínios volumétricos que impulsionaram a queda acentuada nas vendas canadenses, espelhando problemas mais amplos de exportação.
Altas níveis de estoque e vendas estagnadas forçam os produtores a ajustar capacidades, como visto nessa pausa na produção.
O Distilled Spirits Council destaca a necessidade crítica de mercados internacionais em meio às mudanças domésticas.
- Os consumidores priorizam cada vez mais a saúde, impactando a demanda por destilados tradicionais.
- Produtos alternativos como cannabis ganham tração, alterando as preferências de bebidas.
- Barreiras comerciais ameaçam a recuperação de longo prazo das exportações de uísque dos EUA.
Esses fatores sinalizam um momento pivotal para a indústria, exigindo adaptação às dinâmicas globais e locais em evolução.
Olhando para o Futuro dos Destilados Americanos
A pausa de um ano na destilaria Clermont da Jim Beam ressalta os desafios multifacetados que confrontam o setor de destilados americanos.
Com exportações em declínio e hábitos domésticos mudando, as marcas devem navegar por incertezas comerciais e tendências de saúde do consumidor.
As operações contínuas em outras instalações oferecem alguma estabilidade, mas a recuperação sustentada depende de abordar essas pressões.
À medida que a indústria se adapta, a resiliência de ícones como a Jim Beam será testada nesse cenário em evolução.
"Estamos sempre avaliando os níveis de produção para melhor atender à demanda do consumidor e recentemente nos reunimos com nossa equipe para discutir nossos volumes para 2026."
— Porta-voz da Suntory Global Spirits
"Há uma preocupação crescente de que nossos consumidores internacionais estejam optando cada vez mais por destilados produzidos domesticamente ou importações de países outros que não os EUA, sinalizando uma mudança para longe de nossas grandes marcas de destilados americanos."
— Chris Swonge, CEO do Distilled Spirits Council
